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RED BULL SKATE GENERATION




Épico, histórico e inesquecível. Todos os adjetivos possíveis são necessários pra começar a descrever o que foi o Red Bull Skate Generation, evento que sacudiu o bowl do RTMF em Floripa de quarta até sábado. Definitivamente, um evento que irá marcar o cenário nacional por um longo tempo.

Como se não bastassem a presença de alguns dos melhores bowlriders do mundo, o campeonato teve uma atmosfera de camaradagem e um sentido de família que pensou-se estar perdido faz tempos no meio atual de skate. A vibração era a melhor possível em todos os dias por todos os momentos, algo que nem a chuva pentelha que insistiu em cair na Ilha foi capaz de diminuir. Se a vibe era boa por natureza, outro ponto positivo foi a animação de todos os envolvidos na realização do evento, de todos os responsáveis pela parte técnica aos skatistas que estavam ferozes na disputa.

O tanto que rolou de skate no sábado parecia até brincadeira: alto nível o dia todo. Primeiro, Felipe Foguinho garantiu o top dos amadores andando um degrau acima dos demais e passou pra final junto com Vi “Kakinho”, Gustavo Sorriso, Fernando Kawall, Ricardinho Tossi e Allan Resende. Depois, cenas de quase canibalismo tomaram conta do bowl: 12 pros disputando 6 vagas embaixo de um sol que o calor como se tivessem ligado um gigantesco forno de metalúrgica junto com um maçarico. Só pra dar uma idéia do nível da bagaça, não deu pra caras como Vitor Simão, Lincoln Ueda ou Rony Gomes – e todos eles andaram bem pra cacete, diga-se de passagem, mas Pedrinho, Allan, Hassan, Otávio, Sandro e Kosake andaram melhor e passaram pra final. Depois dos masters definirem as colocações na semi, a ordem ficou assim: Kakinho, Cab, Miguel Catarina, Cris Mateus, Marco “Jeff” e Grosso.

Depois de adiarem a final por uma hora pra aliviar o calor, pintaram umas nuvens e uma brisa refrescante e muito bem vinda. Amenizou mais ainda o fato do camarada Dj Zégon estar inspirado como sempre e conseguir manter a vibe positiva e botar a cabeça da galera pra se fundir. Muito energético pra quem é dessas coisas e cerveja pra quem aprecia a gelada, botar o papo em dia com a galera que não se vê direto, e todos pareciam estar empolgados com a final que se aproximava Pronto, o clima já estava pronto pra disputa – e vou te falar, fazia tempos que eu não ficava com o queixo caído o tempo todo como fiquei.

As três jams com duas equipes cada uma foram simplesmente ignorantes, e não deu pra ninguém: dois locais do RTMF e mais um moleque que se adaptou como poucos acabaram formando o melhor time. Não adiantou o Vi Kakinho mostrar que o DNA e genética são coisas poderosas, ao andar com muito gás, voar fácil e gastar a borda com propriedade e estilo. Também não adiantaram as linhas incríveis e jamais repetidas do Omar Hassan, uma verdadeira máquina de manobras; da mesma forma, foram inacreditáveis o estonteante carteado de Otávio Neto, a fluência do Marcelo Kosake.ou a fluidez em forma de manobras e gás do Allan Mesquita. Steve Caballero foi ovacionado em todas as suas voltas, e não economizou: Miller flips, frontside inverts, fs rock’n’rolls em qualquer canto e até um caballerial fechando o último role e fazendo a galera ir ao delírio. Jeff Grosso também se divertiu em todos os roles, que incluíam clássicos de seu repertório como sadplants, bs airs e rocket tail blocks.

Os três melhores de cada categoria formaram a melhor equipe, sem a menor dúvida. Felipe Foguinho andava e parecia que levantava um vapor na real, atacando todas as transições com manobras como fs nosebones no cotovelo, stale fishes e bio bs airs na parede curva. Pedro Barros andando no quintal de casa é daquelas experiências pra se dizer: eu estava ali, eu presenciei e eu não esquecerei. Sabe o que é jamais regular o gás em nenhum local da pista, sob nenhuma circunstância, em nenhuma manobra?! Passava o corner da morte de fs e bs 5-0, boardslide e smith; catou um bs stale fish a uns 9 pés, uns McTwists a uns 8 e uns Indy nosebones a uns 7, como se fosse a coisa mais fácil do mundo... Acredite: o moleque descansa em grinds de 6 metros num coping de granito preto, naquilo que chamam de “lazy grind”. Preciso falar alguma coisa a mais?! Sim: seu mentor Léo Kakinho com certeza tem uma fonte da juventude em casa. Só isso explica o fato dele estar com 37 anos e andar como se tivesse no máximo uns 20: bs airs gigas, velô máxima e fluindo como água o tempo todo. O time 1 não podia ter outro destino mesmo: primeirão com o trio, rápido!

RED BULL SKATE GENERATION
RTMF Bowl, Floripa, SC – 15 a 18/12/2010
REALIZAÇÃO: RED BULL
PATROCÍNIO: VANS / INDEPENDENT / VOLCOM

1 - Felipe Foguinho (AM), Pedro Barros (PRO) e Léo Kakinho (MASTER);
2 – Vi Kakinho, Allan Mesquita e Steve Caballero;
3 – Gustavo Sorriso, Omar Hassan e Miguel Catarina;
4 – Ricardo Tossi, Sandro Dias e Marco Aurélio “Jeff”;
5 – Fernando Kawall, Otávio Neto e Cristiano Mateus;
6 – Allan Resende, Marcelo Kosake e Jeff Grosso.

Fotos: Guto Jimenez

Um comentário:

  1. nessa foto o grande Otavio Neto..materia retirada do site> www.triboskate.com.br

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